Ah o termo Estado Novo, uma cópia do modelo fascista português (que será mais cruel e mais longevo que o brasileiro, só para constar). No Brasil ele ocorre através da vontade de Vargas de permanecer no poder e dos militares como Juarez Távora e Eurico Gaspar Dutra, que almejavam modernizar o exército brasileiro inspirados no nazismo de Hitler, inclusive buscando ótimos contratos com a Krupp (empresa de armamentos alemã).
A fome e a vontade de comer se unem através do plano elaborado por Olympio Mourão Filho, um militar do exército que pertencia a inteligência da A.I.B. Ele construiu um plano fictício como parte dos jogos dos integralistas, que viviam fazendo projeções de uma invasão comunista e como contorná-la. Esse documento chega na mão dos militares getulistas e na do próprio Getúlio. Desta forma, Vargas finge que o plano era real, decreta o Estado de Sítio, e desta forma, rasga a constituição de 1934. O povo acredita na história de ameaça comunista. Primeiro porque ela realmente existiu, quando em 1935 ocorre a Intentona (nome criado pela propaganda Varguista). Luís Carlos Prestes estava preso e sua esposa Olga aguardava a morte na Alemanha de Hitler, e segundo porque a propaganda de Vargas já era muito eficiente. Era o fim da democracia meio atrapalhada que o Brasil tentara fazer.
Getúlio Vargas concentra o poder, assim como os regimes fascistas e inicia dois processos intensos, o de controle da propaganda e também da sociedade brasileira através da repressão. A propaganda foi destinada a um órgão muito importante no Estado Novo, o D.I.P (Departamento de Imprensa e Propaganda), através deste, Vargas vai implementar uma intensificação da Censura e a promoção da sua imagem e de seu governo. Desta forma a imprensa estaria sob controle e ele teria condições de implementar uma nova ideia de Brasil, claro, que apoiado por muitos modernistas (aqueles caras da Semana da Arte Moderna de 1922), Villa Lobos seria um dos seus ministros. A partir daí nasce a ideia de um país miscigenado, alegre e com a força da mistura das raças, clássicos da História do Brasil vão surgir e vão tentar explicar a nossa origem, enfim, neste processo todo, negros e indígenas continuariam desamparados e sofrendo com as políticas de exclusão da sociedade brasileira. A Cultura brasileira vai acabar sendo exportada. Com Carmem Miranda a Bossa Nova vai ganhar o mundo através das suas apresentações na Broadway, com um traje inspirado na baiana, porém todo colorido e carnavalesco, Carmem Miranda vai fortalecer a ideia de país miscigenado e vai acabar criando o estereótipo brasileiro que o mundo tem até hoje. De maneira geral, o D.I.P vai fortalecer a imagem de Vargas através de vários veículos modernos de informação, principalmente com o rádio, pois é no Estado Novo que vai surgir a Hora do Brasil (hoje a Voz do Brasil). Era um programa de rede nacional entre as 19 e 20 horas, contendo shows de plateia e fãs clubes em todo o país, um sucesso para promoção do governo varguista. Para controle das políticas de governo foi criado o D.A.S.P (Departamento Administrativo e de Serviço Público) facilitando a fiscalização de Vargas sobre suas obras e sobre o funcionalismo público, mantendo todos os serviços sob o seu controle. E como toda a Ditadura, a tortura não poderia ficar de fora deste governo. Desde 1935 com a sublevação dos comunistas, o governo Vargas tinha criado um Departamento de polícia encarregado de perseguir os ativistas políticos e adversários do governo, com poderes para prisão arbitrária e tortura. O grande chefe deste departamento era o militar Filinto Muller, que havia sido transferido para a chefia da polícia política de Vargas. Ele foi responsável por inúmeras torturas e assassinatos nas delegacias de São Paulo, e com conhecimento do próprio Vargas, que não contestava as ações de Filinto Muller, este permaneceria no cargo até o ano de 1942.