A Era do Populismo no Brasil - Os Governos JAN-JAN (1961-1964)


 O Governo de Jânio Quadros

Demagogia - essa é a palavra que resume a candidatura de Jânio Quadros, personagem que aparece como um meteoro na política brasileira, que através de um partido de menor expressão (PTN) atinge a prefeitura e o governo do Estado de São Paulo, o mais rico do país. Para as eleições de 1960 ele aparece com força, criticando a corrupção e a crise econômica provocada por Juscelino Kubitschek, o lema era varrer a corrupção do país. A Vassourinha de Jânio Quadros não varreu a UDN, que através de Carlos Lacerda buscou apoiá-lo na eleição. PSD e PTB tentaram manter a sua aliança através da candidatura do Marechal Lott - personagem importante para a democracia brasileira, pois evitara um golpe em 1955. Apesar de ser respeitado no meio militar, ele teve dificuldade em se tornar popular e sua derrota era inevitável. Foi aí que PSD e PTB investiram na candidatura de João Goulart para vice-presidente (as eleições para presidente e vice eram separadas) assim lançaram a campanha JAN-JAN, se Jânio é sua escolha, Jango será o melhor vice.

Ao assumir a presidência, Jânio percebe a gravidade econômica do país, o alto endividamento e inflação, que diminuíam o poder de compra do trabalhador. Então, num mundo dividido pela Guerra Fria, com os EUA (Capitalista) de um lado e (URSS) comunista de outro, Jânio decide se desalinhar com ambos, fazendo parte de um bloco do Terceiro mundo (países não alinhados com essas potências). Como Cuba estava poderosa nesse tempo, Jânio decidiu se aproximar de Cuba, visita Fidel e homenageia seu ministro da economia, o Che Guevara. Essa atitude enfureceu a direita brasileira, Carlos Lacerda e a UDN se afastaram do presidente. Sem base no congresso e com medidas no mínimo estranhas como proibição de biquinis na praia e em desfiles e de corridas de cavalo durante a semana, Jânio não conseguia mais emplacar suas medidas de austeridade econômica, sempre barradas pelo congresso. Percebendo que seu vice João Goulart era mal visto pelos militares, Jânio tem um grande plano para ter plenos poderes. Ele decide renunciar ao poder, esperando que os militares o colocassem de volta com plenos poderes. Jânio anuncia a renúncia a seus ministros militares e viaja até Cumbica (SP) onde espera ser carregado de volta nos braços do povo. Aí dá tudo errado, a câmara aceita sua renúncia e ninguém estava o esperando no aeroporto... Jânio teria fama de louco por muitos anos!

O Governo de João Goulart (1961-1964)

A Campanha da Legalidade em Setembro de 1961 dividiu o exército. Pois o 3º Exército - o maior do país, havia ficado ao lado de Brizola com a sua Brigada Militar, tornando-se uma poderosa força a favor da posse de João Goulart. Pressionado o Congresso inventa um PARLAMENTARISMO onde João Goulart assumiria a presidência, porém, um primeiro ministro é quem governaria o país. Como troca, esse primeiro ministro seria um outro ministro famoso de Vargas, o mineiro Tancredo Neves.

João Goulart articula apoio durante o ano em que Tancredo está como Primeiro Ministro, até que em setembro de 1962 ele consegue aprovar um plebiscito pela volta do presidencialismo. Então, a população volta pelo retorno do presidencialismo e João Goulart ou Jango como era apelidado, retoma seus poderes em janeiro de 1963, agora ele tentaria colocar suas ideias em práticas, e elas iriam transformar o país radicalmente. O Plano de Metas era audacioso, procurava mudar as políticas para o Campo, para a Educação e para a Economia radicalmente, mas os militares e a oposição entendiam que suas políticas se alinhavam ao comunismo, por isso tentariam barrá-las no congresso.

Esse Plano Trienal trazia uma ampla Reforma de Base, e para conseguir sua aprovação, João Goulart buscou apoio da esquerda brasileira, como dos sindicatos, das Ligas Camponesas, dos clubes de Sargentos e da população em geral através de grandes comícios. Ao polarizar o país em direita e esquerda, Jango faz um grande comício na Central do Brasil no Rio de Janeiro no dia 13 de março de 1964, reunindo cerca de 150 mil pessoas. A direita responde com uma grande passeata reunindo número equivalente de pessoas no dia 19 de março de 1964, ela ficou conhecida como Marcha pela Família e pela Liberdade... o Brasil iria mudar rapidamente.


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