A ERA DO POPULISMO: O GOVERNO DE JUSCELINO KUBITSCHECK

 


Com o suicídio de Vargas em agosto de 1954 há uma grande comoção popular, que acusava Carlos Lacerda e a UDN de conspirar um golpe. O povo em geral não estava errado, o vice Café Filho (que era um opositor de Vargas no Estado Novo) assume, mas se afasta por motivo de doença. Seu afastamento abriria espaço para o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Em três dias Carlos Luz busca conspirar junto ao exército para colocar a UDN no poder, porém o ministro da Defesa o Marechal Lott articula com os militares e a constituição é respeitada. Carlos Luz é afastado e o presidente do Senado, Nereu Ramos assume até o final do mandato. As eleições ocorrem e os dois principais partidos apresentam figuras ligadas a Getúlio. Pelo PSD o candidato era um aliado de Vargas, o governador de Minas, Juscelino Kubitschek. Na oposição estava um aliado de Vargas nos tempos de Estado Novo, o militar Juarez Távora. Ao fazer uma aliança inédita com outro partido de Vargas - o PTB - Kubitschek vence a eleição para presidente enquanto João Goulart vence para Vice (as eleições de presidente e vice eram separadas). Juscelino Kubitschek assume a presidência em janeiro de 1956.

O Brasil tinha problemas e JK (também era chamado assim) começa a criar medidas para incentivar a economia e o desenvolvimentismo do Brasil, lembre-se dessa palavra - desenvolvimentismo - ela será o carro chefe da política de JK, que já na campanha prometia - "Vamos crescer 50 anos em 5!". Para isso é criado um amplo Plano de Metas, que previa a industrialização e o crescimento econômico do Brasil.


Essa política de Juscelino traz resultados negativos para a economia. Ao abrir espaço para investimentos estrangeiros, ele enfraquece a Indústria Nacional que não conseguia competir com os produtos estrangeiros. O aumento do consumo traz uma alta na inflação e as medidas do governo em acelerar a economia acabam trazendo um endividamento do Estado. Outro reflexo é o investimento em rodovias e o abandono das ferrovias, anos mais tarde o petróleo vai encarecer e o transporte rodoviário será muito mais caro que o ferroviário, impactando o escoamento da produção brasileira.

A Construção de Brasília


Um plano ousado nessa nova ideia de crescimento do Brasil é lançada por JK em 1957, quando ele inicia as obras para a construção de uma nova capital no centro do país, Brasília. Um projeto audacioso já previsto na constituição e que seria um símbolo de um novo Brasil desenvolvido. A construção de Brasília espelha a política de gastos do seu governo, que cria companhias paralelas ao governo para estas poderem gastar sem necessidade das burocracias tradicionais. Lúcio Costa é o urbanista escolhido junto ao arquiteto Oscar Niemeyer, porém a mão de obra dessa obra vem em grande parte do Nordeste, onde estes trabalhadores eram chamados de Candangos. Muitos desses trabalhadores acabaram morrendo na obra, porém os números são desconhecidos. Aliás, esses construtores de Brasília não puderam morar na cidade, tiveram que viver ao seu redor, onde hoje nós temos as cidades satélites de Brasília, marcadas pela pobreza e violência.



Aliás, JK investiu muito no desenvolvimento urbano, porém não faz nada além da SUDENE (órgão que deveria auxiliar o desenvolvimento no Nordeste). No campo ele não implementa nenhuma política reformista, pois sua base de governo tinha muitos grandes proprietários de terra. Essa ausência de políticas no setor rural vai permitir o ressurgimento das Ligas Camponeses, grupos de pequenos produtores e sem-terra que lutavam pela reforma agrária.








 

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