AMÉRICA INGLESA - AS TREZE COLÔNIAS



Desde o reinado de Henrique VII, os ingleses almejavam encontrar metais no continente americano. Porém a busca pela riqueza dos metais americanos se manteve por muito tempo a partir da pirataria, ou seja, roubo do dinheiro presente nos navios ou assentamentos espanhóis. Desta feita nós temos piratas famosos, como Drake e Hawkins.

O rei Henrique VII até enviou uma expedição para exploração dos mares a norte das posses espanholas através de John Cabot em 1497, porém, a força naval inglesa só entrou em ação após a Reforma Religiosa. Os protestantes pressionaram o governo inglês a adotar uma política de ocupação da América, uma reação as políticas católicas presentes nos reinos de Portugal e Espanha.  A dificuldade inglesa era conhecer as correntes marítimas do Atlântico Norte e no desenvolvimento dos seus navios. A partir de Henrique VIII a maré começa a virar, pois os canhões de ferro são implementados nos navios ingleses (eles eram mais baratos e resistentes que os canhões de bronze importados pelos portugueses e espanhóis). Com Elisabeth I nasce o Galeão, menor que uma galé espanhola, porém mais veloz e com canhões frontais. Além disso, durante o século XVI os ingleses melhoraram seus mapas de navegação e sua tecnologia, como a adoção de uma geometria euclidiana, mais precisa com relação ao uso da bússola. No século XVII os ingleses já tinham dominado a Jamaica, construído o Port Royal e através de nomes de piratas famosos como Henry Morgan, já iniciavam o plantio do açúcar na região.


A ideia de implementar a plantation na América foi a frente no final do séc. XVI. Em 1586 os primeiros britânicos chegam na região no qual eles vão nomear de Virgínia (em homenagem a rainha Elisabeth I) na bacia de Chesapeake. Com a fundação da companhia da Virgínia em 1606, uma nova expedição vai para a região, onde graças a John Smith foi possível o estabelecimento de um povoado em Jamestown (assentamento cuja tentativa de fixar colonos havia fracassado em 1586). Com ajuda do povo local (Powhatan) Smith consegue estabelecer-se na região e em 1612, graças e outro inglês, John Rolfe, começa a produção de Tabaco na região. John Rolf casa-se inclusive com a filha do chefe do povo Powhatan, a famosa Pocahontas. A ideia de enriquecimento com o Tabaco atrai milhares de migrantes para a região, o povo dos Powhatan é exterminado em consequência disto e a partir de 1639 a produção do tabaco começa a fracassar na região, principalmente devido a sua desvalorização. Mas a característica da colonização inglesa no sul continuou sendo a produção monocultora através de mão de obra escravizada voltada para a exportação, a famosa plantation.


Se o lucro não era motivação o suficiente para a vinda de colonizadores ao continente americano, a religião daria uma força. Com o aumento à perseguição de protestantes na Inglaterra, diversos peregrinos fundamentalistas (puritanos) embarcaram rumo à América, com a ideia de construírem uma comunidade comunitária na região, baseada na religião. Os pilgrims (peregrinos) junto a outros que fugiam da pobreza na Inglaterra, desembarcam 300km ao norte da Virgínia, onde hoje é Massachussets. Estou falando do famoso Mayflower que aportou na América em 1620. Os primeiros colonizadores sobrevivem ao inverno rigoroso da região graças as técnicas agrícolas aprendidas junto aos nativos locais, em 1621 após a colheita, o governador local convidou estes nativos e confraternizou com eles em agradecimento ao alimento que a colheita proveu, começava ali o dia de Ação de Graças, um evento de agradecimento pela colheita. Os colonizadores do norte investiram no lucro a partir da pesca e na agricultura de subsistência, logo, o comércio de excedentes foi uma prática econômica existente desde cedo na região. Diferente dos colonizadores do sul e dos demais colonizadores europeus, no Norte, as famílias eram incentivadas a virem junto, o que promoveu uma altíssima taxa de natalidade nestas colônias, ou seja, a população das colônias do norte era muito maior do que no sul. Já os povos nativos diminuíam a cada ano, em parte devido a progressão dos colonos sob suas terras, mas também devido as doenças como gripe, varíola e sarampo, que devastavam suas populações. Em Massachussets, por exemplo, a população local havia decaído em 90% antes da chegada dos peregrinos. Ao perceber isto, o peregrino John Archdale afirmou que era um trabalho de Deus, trocar os locais pelos peregrinos.




Se os nativos locais já haviam sido exterminados pelas doenças e conflitos com os europeus, a terra ainda teria um dono, neste caso o rei. Ele concedeu diversos lotes de terras aos seus nobres, como as terras da Carolina, ou até mesmo Nova York, cedida por Carlos II ao seu primo Jaime, o duque de York. A região era anteriormente colonizada por holandeses. Além do crescimento demográfico acelerado como no norte das colônias, a intensificação da imigração trouxera milhares de europeus para o continente nos séculos XVII e XVIII, eram em sua maioria da Irlanda, Escócia, reinos Alemães além dos próprios ingleses. Mas e os povos africanos, como chegaram lá?

A necessidade de mão de obra barata, principalmente nas plantations do sul, fomentou o tráfico de escravos da África. Em 1660 foi criada a Companhia os Aventureiros Reais da África, destinada a captura e venda de escravizados para as colônias inglesas na América. Ela daria lugar a Companhia Real Africana, que teria amplos poderes para o desenvolvimento deste comércio no Ocidente africano, podendo tomar portos, construir fortificações e explorar o comércio de pessoas escravizadas. Estima-se que chegaram entre os séculos XVII e XVIII, mais de 3 milhões de cativos para as colônias inglesas, sem contar que é provável que outros 3 milhões de africanos tenham morrido neste processo. Desde a captura e sua ida a porto, até a viagem para o continente, que matava em média 15% dos capturados.

A motivação para este comércio de pessoas escravizadas foi o lucro. Ele fazia parte de uma rede triangular muito maior, cujo navios levavam escravizados da África para as Américas, enchiam seus porões de bens manufaturados europeus para serem vendidos na África, fechando a triangulação. Esta rede de comércio deu lucros enormes para os donos das plantations, aos fabricantes de produtos manufaturados da Europa e dos mercadores que comercializavam os escravizados. Todos lucravam a partir da exploração e extermínio de milhares de africanos.



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