A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA




 O "apelido" deste período, dá-se porque os governos da época eram Oligárquicos, ou seja, eram governos de poucas pessoas (a elite) que governava para poucas pessoas (a mesma elite). E podemos perceber este movimento desde a eleição de Prudente de Morais, primeiro presidente civil da História, ele pertencia a elite do café de São Paulo, o próximo presidente, Campos Salles, era do mesmo partido...

Para poder governar e manter-se no poder, os primeiros presidentes estabeleceram políticas para melhor governabilidade e perpetuação do poder. A primeira política - chamada de Política dos Governadores - era um sistema mútuo de apoio entre os governos que começava desde o apoio as elites regionais estendendo-se até a esfera da União. Mas para a escolha do presidente, nós temos um acordo entre os principais partidos do país (principalmente os de São Paulo e Minas) cujos candidatos lançados por eles seriam quase sempre os vencedores das eleições. Esta política ganhou o apelido de Política do Café com Leite, pois ambos os estados representavam a liderança nestas produções.

Um elemento fundamental para estas políticas eram as elites regionais, nos quais muitos poderosos eram chamados de Coronéis (termo utilizado desde a formação das Guardas Nacionais). Num país ruralizado (por volta de 80% da população era do campo) - o poder dos grandes produtores era imenso, até mesmo no controle do voto, já que o mesmo era aberto. O apoio dos governos as políticas regionais destes coronéis, fortalecia o Coronelismo - poder regional da elite local. Desta forma nós percebemos a formação de verdadeiros currais eleitorais que se reverberam até hoje. Ao impor sua vontade ao eleitor, o Coronel decidia a política regional influenciando a política nacional. Aos eleitores restava a pecha de Cabrestos (burros) por não votarem de acordo com a sua vontade, pois muitas vezes eles eram cooptados e ameaçados pelas políticas destes coronéis. Nascia daí a expressão: Voto Cabresto.

Como já foi dito, a população do Brasil era em sua maioria rural. Mas não quer dizer que os centros urbanos não estavam se desenvolvendo. Na Capital, Rio de Janeiro, havia uma grande reforma urbana que traria inclusive revoltas populares (falarei em outra oportunidade). Em Minas um grande processo urbano tinha dado origem a cidade planejada de Belo Horizonte e a industrialização paulista fazia a cidade de São Paulo crescer aceleradamente. Havia mudanças até mesmo na Região Norte, onde a indústria da Borracha fazia de Manaus a nova "capital" da região. Neste período têm início os grandes fluxos migratórios internos, principalmente da região Nordeste para a Sudeste.

Houve também neste período um forte fluxo imigratório para o Brasil. Motivados pela miséria na Europa e em outros lugares do mundo e também pela política de embranquecimento brasileira, que motivava a vinda de imigrantes brancos, diversos grupos vieram para o Brasil neste período, com destaque para os italianos, portugueses e espanhóis, que representavam a maioria destes grupos. Não podemos destacar que vieram grupos migratórios da Síria, Líbano, Japão, Rússia, Lituânia, entre outros. As principais regiões de alojamento destes imigrantes eram as regiões Sul e Sudeste. Em São Paulo a grande parte dos imigrantes acabou trabalhando para os cafeicultores, seja na lavoura ou na indústria.

A elite econômica do Brasil era pertencente aos cafeicultores paulistas. A participação do café na exportação brasileira era em média de 70% da totalidade. Para manter o café valorizado, as elites cafeicultoras utilizavam ferramentas econômicas para manter os preços, um exemplo é o Convênio de Taubaté, onde as elites cafeicultoras criam um plano de ação na qual a União e o Estado de São Paulo manteriam políticas de compra dos excedentes da produção de café, mantendo o preço do café no mercado internacional.


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