Malinche (Malintzin, Marina, entre outros) era uma mulher de etnia nahuatl, escravizada desde nascida, encontrou em Hernán Cortéz um destino medonho. Por saber a língua asteca (nahuatl) e também a maia, Malinche foi amante, conselheira e escrava do conquistador espanhol. Ela foi explorada sexualmente, obrigada a delatar seu povo e acabou morrendo na Espanha, esposa de outro espanhol, pois Hernán Cortéz já tinha esposa naquele país. Seu destino foi trágico como o da maioria dos seus conterrâneos, ela acabou morrendo de Varíola, doença que desgraçou grande parte da população do continente americano.
O Medo!
Duas invasões europeias assombraram os soberanos das duas maiores civilizações do continente americano. Se em 1519 Montezuma (Soberano dos Astecas) recebia as primeiras notícias de que homens de quatro patas, com capacetes reluzentes e braços que soltavam fogo chegavam em caixas flutuantes, em 1530 seria a vez do soberano dos Incas (Atahualpa) receber relatos de que homens ou deuses barbudos desciam nas praias, profetizando o fim do mundo de acordo com a sua crença. Que reação estes soberanos tiveram? Medo, e a estratégia teria sido muito similar entre os dois. Conhecer o desconhecido, Montezuma e Atahualpa cometeriam o erro de chamar os espanhóis para negociar.
Os Conquistadores
Desde que os espanhóis descobriram um novo continente, sua busca na América se concentrava em encontrar riquezas como ouro, pedras preciosas, pérolas, etc. Eles se estabeleceram primeiramente nas ilhas, como a Hispaniola (ou Santo Domingo) onde acabaram exterminando a população local através da escravização e destruição da sua agricultura de sobrevivência. Em 1511 foi a vez da ilha de Cuba sofrer com a política espanhola de extermínio, de lá, a Espanha passava a enviar missões para a chamada Terra Firme.
Os espanhóis que chegavam no continente, não eram nobres (existiam alguns e na maioria das vezes estavam falidos) e sim soldados, marinheiros, sapateiros alfaiates entre diversas outras profissões. Seu objetivo comum? Era vir para o Novo Mundo para Valer mais! Era valer mais do que valiam na Espanha ou morrer tentando.
Um destes personagens se chamava Hernán Cortés. Ele cursava direito, mas com a falta de dinheiro, escolheu a carreira militar como caminho alternativo. Cortés trabalhava para o governador espanhol de Cuba chamado Diego Velásquez. Na América, Cortés conhece Malinche e através dela ele pode colocar em prática seu plano de conquista do grande império que existia no continente, o Império Asteca. Em 1519 o soberano dos astecas - Montezuma II - convidou Cortés para conhecer a sua Corte. Com 450 homens, Cortês sequestra o rei dos Astecas e toma a sua capital - Tenotchitlán. Em 1521 o rei asteca estava morto e os astecas haviam sido derrotados junto aos seus aliados. A partir daí, os espanhóis vão governar a região e a capital dos Astecas será chamada de Cidade do México, nome preservado até hoje.
Por que foi tão fácil?
Se somarmos os homens de Cortéz e Pizarro, o total não ultrapassa 700 homens, contra uma população estimada em mais de 40 milhões, 25 milhões no Império Asteca e 20 milhões no Império Inca. Militarmente falando, a proporção de homens para o combate era de 50 nativos para 1 espanhol. Se falarmos apenas do âmbito militar, a vitória dos espanhóis seria impossível, mesmo analisando a diferença de armas. As regiões íngremes de ambos os impérios dificultavam o uso dos cavalos; o território era desconhecido pelos espanhóis e as florestas e animas venenosos eram um obstáculo a mais; além da travessia dos canhões pelos rios e do uso da pólvora, muito afetada pela umidade, tornando-se inútil se molhada. Em compensação as armas dos Incas e dos Astecas tinham pontas de pedra e poderiam ser eficientes nos pontos falhos das armaduras dos espanhóis, talvez seus escudos não tivessem utilidade frente as armas de metal e fogo dos espanhóis.
Nós podemos enumerar diversos elementos que favoreceram os espanhóis neste processo de conquista sobre os Impérios da América. A questão cultural é um fator, tanto os astecas como os incas não tiveram contato com outras culturas além da América. Isto favoreceu os espanhóis, pois ambos os impérios tiveram dúvidas quanto aos invasores, se estes eram ou não algum tipo de divindade ou presságio sobre o fim do mundo. Claro que as armas fizeram a diferença, não pela sua eficiência, pois as armas dos incas e astecas também eram eficazes no quesito assassinato. Além das armaduras e espadas de metal, os espanhóis usaram armas de fogo rudimentares e canhões que inicialmente causavam pânico aos nativos devido ao barulho e ferimentos causados, aumentando o medo e casos de fuga nos combates. Mas um elemento decisivo foi a doença. Desde a chegada dos europeus houve uma verdadeira troca de bacteriológica e viral entre estes povos, enquanto a sífilis passava a ser conhecida pelos europeus, os indígenas sofriam com doenças altamente contagiosas e mortais, como a Varíola, o Sarampo e as gripes. A altíssimo índice de mortalidade já nos primeiros encontros com estes europeus, desestabilizou qualquer possibilidade de defesa destes impérios. Todos estes elementos foram favoráveis aos espanhóis, que somado as suas ações inescrupulosas, como sequestros e assassinatos (inclusive dos soberanos destes impérios) e busca de apoio dos povos rivais aos astecas e incas, puseram fim aos dois impérios americanos em um curto intervalo de tempo.
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