POVOS DA AMÉRICA - ASTECAS, INCAS, MAIAS [...]

 


Ahh o índio - um termo que Cristóvão Colombo utilizou ao ver os nativos da América achando que estava nas índias (sim, isso aconteceu mesmo). Esse "apelido" dado aos nativos do continente, parece mais um insulto, na medida em que os europeus generalizavam o termo chamando os nativos do continente de seres atrasados, quando consideravam animais não humanos. Por isso, vamos parar de usar o termo índio e substituí-lo por indígena (nativos da terra - pioneiros) ao generalizar os povos que habitavam o continente antes da chegada dos europeus.

Bom, o continente americano já era habitado desde a chegada dos primeiros humanos (cuja as teorias não ultrapassam 40 mil anos atrás). Desde então predominava no continente os grupos humanos nômades que praticavam a caça e a coleta de alimentos, os chamados caçadores coletores. Com o fim da Era do gelo e a diminuição dos animais da megafauna, os coletores passam a predominar e com o tempo (por volta de 5 mil anos atrás) desenvolve-se a agricultura em algumas regiões do continente. Numa destas regiões, que nós vamos chamar de Mesoamérica (Sul do México, Guatemala, Belize e El Salvador) - surgem os primeiros povos que desenvolvem a agricultura, esta no qual predominava alimentos tubérculos - como a mandioca, o inhame, etc... Porém, através desta verdadeira engenharia agrícola, é o milho o grande transformador da sociedade mesoamericana.

Nesta região na qual chamamos de Mesoamérica, surgirá as primeiras civilizações do continente. O grande percursor é o povo Olmeca, que vai construir os primeiros grandes templos do continente e as colossais cabeças originadas das pedras vulcânicas, isto entre 1000 e 400 a.C. aproximadamente. Os Olmecas (nome dado pelos astecas - inspirado na borracha utilizada nos jogos de bola) tinham o milho como produto fundamental da sua agricultura, haja visto que uma das suas principais divindades era relacionada ao milho. Esse povo foi fundamental no desenvolvimento cultural de demais povos da região como o povo Maia, que desenvolveu a civilização mais impressionante da região, inspirando-se na escrita e nos jogos olmecas, por exemplo. Mas além dos Maias, nós percebemos o surgimento de uma civilização nas cidades dos deuses, ou Teotihuacán, uma cidade com pirâmides e templos contemporâneos a dos Maias.



Os maias eram povos nômades originários do oeste americano (atual Califórnia) por volta de 3000 a.C. Ao fixar-se na Mesoamérica obtiveram intensas trocas culturais com povos da região, sendo a civilização mais brilhante do período pré-colombiano no continente. O auge da civilização Maia compreende o período entre 200 e 900 d.C. quando suas diversas cidades-estados (podemos chamar assim, pois os maias viviam em cidades autônomas) desenvolveram uma agricultura avançada, graças as previsões do sofisticado calendário maia. Esta agricultura baseada em tubérculos, no milho e no cacau, fomentava o comércio entre as cidades, permitindo que cidades localizadas no meio da floresta tropical pudessem sobreviver - um grande exemplo é a cidade de Tikal, localizada na atual Guatemala. Não sabemos muito sobre a História Maia devido a não decifrarmos seus glifos (sua escrita realizada em forma de símbolos e desenhos). Sabemos dos seus calendários (os maias tinham dois calendários diferentes) baseados na movimentação dos astros (como o Sol, a Lua e Vênus) e da sua matemática apurada, cujo o zero já estava presente (lembrando que naquele tempo apenas os indianos possuíam o zero na sua matemática). Ah, a concepção de tempo dos maias era cíclica, ou seja, cada ciclo de 52 anos um novo período recomeçaria (comparável ao nosso século) era costume a construção de templos e estelas nestes períodos, anunciando um novo começo. O calendário maia era composto de ciclos chamados Katuns (a cada 19 anos) e Baktuns (mais ou menos 396 anos), em 2012 houve a troca de um destes ciclos (Baktun) o que levou a proliferação de fim do mundo no calendário maia, sendo que os maias nunca acreditaram no fim e sim na mudança de ciclos. Por fim, nós temos a presença de uma sociedade estratificada na civilização maia, onde sacerdotes ficavam no topo e os agricultores na base. Ah, além dos templos e edificações maias encontradas, diversos campos para a disputa de jogos de bola também são encontrados nas principais cidades maias. Estes jogos eram disputados entre 7 pessoas para cada lado e os derrotados geralmente eram sacrificados.


O declínio das cidades maias (a partir do séc. X) por eventos desconhecidos - talvez movimentos migratórios ou enfraquecimento político das principais cidades maias, ou mudanças climáticas que afetaram sua agricultura e comércio, enfim não sabemos, acabara abrindo espaço para a chegada de outros povos na região. Um destes povos foi o dos astecas (mexicas) que com característica guerreira e cultura voltada para a pesca, esse povo asteca entrou em contato com as culturas presentes na região, construindo sua capital chamada Tenochtitlán (atual Cidade do México) e formando uma aliança com outras duas cidades vizinhas (mas eram os astecas que mantinham o controle), dominando grande parte da região a partir do século XIII. A Cultura asteca tinha elementos próprios, como a valorização dos guerreiros (as classes de guerreiros eram muito valorizadas pelos astecas) e o desenvolvimento das Chinampas (sistema agrícola através de canteiros dentro de lagos) onde produziam milho, feijão e o tão valorizado Cacau (lembrando que o chocolate foi desenvolvido pelos europeus anos mais tarde). Das civilizações vizinhas (como os maias) os astecas foram inspirados no desenvolvimento da sua escrita glífica, do seu calendário e sistema numeral (importante para a cobrança de impostos). Outro elemento era o do sacrifício. Assim como outros povos da região, os astecas entravam em conflito, muitas vezes apenas para assegurar prisioneiros que seriam sacrificados (eram chamadas de guerras floridas). Na cerimônia o prisioneiro era levado ao topo de uma pirâmide onde sacerdotes que atuavam no ritual arrancaria o coração inteiro do prisioneiro para a glória do deus Huitzilopochtli (deus do sol e da guerra).






No vale do Cuzco (região do Peru na América do Sul) nascera um povo que mitologicamente havia saído da caverna para dominar a região, este povo chamava-se Inca. A região andina da América do Sul era dominada por diversos povos até o Séc. XV. Será destes povos que a expansão Inca vai extrair grande parte da sua cultura civilizatória. A partir de Cuzco, o povo Inca dominou importantes povos locais e se expandiu até dominar uma grande porção de terra, atingindo seu auge em 1438 sob o reinado de Wiracocha Inka quando os mesmos vencem os Chanka, povos do planalto mais poderosos da região. Wiracocha Inka seria deposto por seu filho, Pachakuti, que iria completar a expansão imperial. Os incas organizavam seu estado em Ayllus - tribos com chefes locais (Kuraka). Estes ayllus eram dominados por um ayllu maior ou por um chefe que dominaria esse conjunto de ayllus e assim sucessivamente. Apesar dos incas preservarem os chefes locais das tribos dominadas, diversas ondas migratórias do povo de cuzco foram impostas pelos reinados incas a modo de promover a mistura étnica e a fixação dos incas e sua cultura em outras regiões. Economicamente os incas viviam da agricultura (milho, batata, coca e outras variedades, até mesmo com espécies de arroz), na pecuária houve a domesticação de animais como alpacas e lhamas (mamíferos ruminantes da mesma família dos camelos) eles eram usados na tração animal e também na produção de carne seca. O artesanato inca tinha uma cerâmica absorvida de outros povos e mais simplificada (eles não usavam o torno) mas sabiam malear metais (ouro, prata, cobre, bronze e platina) de forma rústica apenas para adornos. Na sociedade inca havia um estrato hierárquico onde os mais nobres eram os pertencentes as famílias tradicionais de Cuzco, que com a conquista havia se tornado uma cidade magnífica com diversas construções em pedra (hoje podemos ver esta grandeza presente em Macho Picchu). O Estado Inca não cobrava impostos dos seus ayllus, mas sim a corveia (lembram dos trabalhos que os servos prestavam ao seu senhor na Europa? Era desta forma). Desta maneira era importante o controle da população ao invés do controle contábil, por isso, havia uma contagem detalhada das populações dos ayllus, realizadas através do quipo - uma espécie de cordão com nós desenvolvidos pelos incas - já que a escrita não existia na região. Assim como os demais povos da américa, os incas eram politeístas, e sua divindade (waka) principal era o deus do Sol (Apu Inti).





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