Estamos em 27 a.C. outrora Otaviano, o herdeiro de César havia vencido seu maior algoz definitivamente em 30 a.C. quando Marco Antônio e Cleópatra cometeram suicídio. O senado ciente do poder pessoal esmagador de Otaviano, celebra todos os títulos sugeridos pelo mesmo, como o acréscimo do nome Augusto, cujo significado não temos certeza até hoje, o mais provável é venerado. Augusto está com o controle total de Roma, ele é o Pontífice Máximo (líder religioso) Tribuno da Plebe, comandante de todas as legiões e governante de todas as províncias romanas, Prínceps (primeiro cidadão) é outro título no qual lhe reverenciaram, lembrando que o termo Imperador ainda não existia no seu tempo, apesar dele ter sido o primeiro.
Algumas mudanças passam a ocorrer em Roma, era o fim das eleições do povo, das assembleias populares, aos poucos a participação do povo era suprimida das decisões do Império. O Senado ainda existia como instituição de governo, as magistraturas ainda permaneciam, mas poucas decisões passariam sem aprovação de Augusto. Se durante a guerra civil existia um Otaviano violento, fazendo uso das listas de execução sumário ao estilo Sula, com o Império Augusto era diferente, pregava a moralidade, exigindo dos mais nobres um série de regras de comportamento, que estendiam até a vida sexual. Augusto será imperador longínquo, irá governar de 27 a.C. até o ano 14 d.C. Durante este tempo Roma vai ser transformada numa verdadeira capital Imperial, ganhará um novo Senado, diversos prédios com mármore seriam construídos, embelezando e enobrecendo a cidade. As artes terão espaço no seu governo, e novas tradições surgirão sendo transmitidas até hoje, não esqueçamos, dois poetas famosos foram contemporâneos de Augusto, como Virgílio (que escreveu a Eneida, uma espécie de continuação da Ilíada de Homero) e Horácio. Ao povo nós teríamos a adoção daquela famosa política de Pão e Circo. Riquíssimo com a herança de César e podendo fazer uso do dinheiro do Império, Augusto traria diversos festivais de entretenimento para os romanos, como as lutas de Gladiadores, caça a animais (num evento foram usados 400 leopardos) e os famosos e caríssimos jogos de Batalha Naval, com construção de verdadeiros lagos artificiais e uso de inúmeros "atores". Nas extremidades do Império as ordens de Augusto seriam escritas em pedras assim como diversas estátuas joviais do imperador ficariam espalhadas por todas as províncias, fortalecendo a imagem de Augusto.
Os Catorze Imperadores
Diabético, Augusto perece em 14 d.C. próximo dos seus 76 anos numa casa de campo no interior da Itália. Esta morte aparentemente tranquila, diferente dos principais nomes de Roma até então, vai suscitar uma séria de boatos nos quais sua esposa Lívia havia o envenenado. Na verdade, o mais provável é que ela tenha retardado a notícia de morte de Augusto para que seu filho, Tibério (filho adotivo de Augusto) chegasse em tempo para evitar uma conspiração que lhe tirasse do poder. Tibério tinha como pai biológico um membro da casa dos Cláudios, seu pai era aliado de Marco Antônio na guerra civil. A partir daí nós temos a continuidade do Império numa dinastia do qual chamados de Júlio-Claudiana. O sucessor de Tibério será Caio Júlio César Augusto, conhecido como Calígula (botinhas). Seu governo será polêmico, diversos abusos como colocar seu cavalo no consulado e de diversos bacanais (festas de cunho sexual) com mortes e torturas serão relatados, claro por seus opositores, como Suetônio. Para terminar com a fama de Calígula, um filme (pornô, não tem outro termo) será realizado na década de 1970, fortalecendo ainda mais a sua fama. O mais próximo de verdade nisso tudo é sua morte pela guarda pretoriana em 41d.C. seu sucessor será Cláudio, um velho manco que dizem ter governado Roma com certo equilíbrio. Seu sucessor será um filho adotivo, sobrinho de Calígula e membro da casa dos Júlios, Nero Cláudio César Augusto Germânico, será o famoso imperador Nero, acusado de ter matado sua esposa, mãe e ter posto fogo em Roma acusando os cristãos. Ele era fã de teatro e música, teria cometido suicídio no ano 68. Sem herdeiros, a dinastia Júlio-Claudiana chegava ao fim.
Após a morte de Nero, há um ano com três imperadores, Gabão, Alba e Otão, mas as conspirações tomaram conta de Roma e nenhum deles conseguiu se impor no poder. Em 69 a.C. Vespasiano, um general romano assumiria o Império, começava aí a dinastia Flaviana, com Vespasiano e seus filhos, Tito e Domiciano governando o Império, nesta dinastia, o palácio de Nero é destruído e no seu lugar surge o Coliseu. Após o governo trágico de Domiciano, uma nova dinastia toma conta de Roma, a Nerva-Antonina, que conservava muito da política desenvolvida por Augusto. Podemos destacar Trajano que em 117 consegue a extensão máxima de Roma. Seu sucessor, Adriano, define que o Império chegou no seu limite de expansão e inicia uma política de construção de muralhas e fortalecimento das divisas do Império. No fim desta dinastia nós temos Marco Aurélio (o imperador filósofo) e seu co imperador Lúcio Vero que morre prematuramente em 169. O sucessor de Marco Aurélio será seu filho, Cômodo, para quem já viu filmes como Gladiador ou a Queda do Império Romano, poderá perceber alguns elementos verdadeiros nestes dois clássicos do cinema.
A partir da morte de Cômodo, assassinado estrangulado por um gladiador, Roma começa a passar por um processo de transformação muito diferente do modelo proposto por Augusto, tendo fim apenas com a queda de Constantinopla em 1453. Septímio Severo, um general do norte da África, assumiria o trono a forma e seu filho, Caracala (211-217) seria o último imperador a fazer uma extensa política para os moradores de Roma, construindo uma série de termas na cidade. Não se sabe ao certo, mas foi com Caracala que a cidadania romana foi estendia a todo o Império, eram mais de 30 milhões cidadãos romanos, que não ganharam muito em troca, pois logo um outro sistema separando nobres e pobres seria posto em prática. Com a morte de Caracala, assassinado por um membro da guarda pretoriana, Roma passaria por um século de interminável guerra civil, com mais de 70 imperadores neste tempo.
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