A queda do Império Romano foi um evento lento e gradual, que no ano de 476 culmina na deposição do imperador Rômulo Augusto pelo rei Ostrogodo Odoacro. Quando Odoacro não mostra interesse nem condições militares em poder estender seu reinado fora da Itália, diversos reinos menores acabaram se formando, pondo um ponto final ao Império Romano do Ocidente, sim, o Império Romano ainda perduraria por um milênio.
Tudo começa após o fim da dinastia Severa em 235. Sem herdeiros e com o Senado incapaz de colocar uma nova dinastia no trono, surge uma crise sucessória imensa, que transformaria completamente o Império Romano. Para a tomada do poder em Roma, muitos generais vão usar seus exércitos como caminho para o poder, estendendo ainda mais o poder militar nas decisões políticas. Desta forma não percebemos até a chegada de Diocleciano em 284, nenhum indivíduo em condições de se manter no poder. As legiões romanos estavam posicionadas nas fronteiras do Império. O alto custo de manutenção destas legiões não combinava com a falta de conquistas de Roma, prática que manteve o Império poderoso nos séculos anteriores. Com as legiões cada vez menos amparadas e com uma preocupação militar interna, as legiões romanas foram incapazes de deter o grande fluxo migratório de tribos germânicas que ocorreria no séc. III, a população romana passaria a sofrer uma forte germanização. Essas ondas migratórias combinavam com a escassez de mão de obra escrava (os romanos não conseguiam manter uma política de conquista, praticada nos séculos anteriores) e para combater essa escassez e manter as tribos germânicas pacíficas, os aristocratas romanos passaram a utilizar um sistema de colonato com esses novos habitantes. Este sistema chamava-se Colonato e foi uma das bases para formação do feudalismo.
A partir de Constantino sua dinastia permanece no poder, mas mantendo o trono compartilhado entre mais de um imperador na maioria das ocasiões. A sorte dos romanos estaria em xeque no ano de 378 quando ao buscar defender a porção oriental (na Trácia), o imperador Valente e seu exército são derrotados pelos Godos. A partir daí os romanos teriam que manter uma série de acordos e alianças com as tribos bárbaras para poderem manter seus territórios. Em 380 assumiria o último imperador romano a governar todo o império sozinho, era o Teodósio. De Constantino a Teodósio, apenas o imperador Juliano não era cristão. Podemos perceber que a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano por Teodósio, foi um movimento natural. Com a morte de Teodósio nós temos novamente a divisão do Império em dois imperadores, mas desta vez o Império Romano do Ocidente e Oriente permaneceriam divididos.
As invasões bárbaras aumentaram durante o século V, o império estava tão frágil que Roma foi saqueada diversas vezes, em 410 pelo rei dos Visigodos, Alarico e em 455 pelos Vândalos, cuja severidade do saque foi tão grande que o termo vandalismo origina-se a partir daí. O Império Romano já detinha diversas tribos germânicas aliadas em seu território, grande parte do seu exército era composto por membros destas tribos. Com o aparecimento dos Hunos no Oeste, as tribos aliadas a Roma passaram a ser pressionadas e com isso entraram no Império e tomaram parte do território romano. Átila, o Huno, foi o maior líder dos hunos e a maior ameaça ao império romano. Aliás, a última grande campanha militar romana aconteceu na Gália contra Átila em 451, quando o general Flávio Aécio e o rei dos Visogodos (Teodorico I) conseguiram repelir Átila na batalha dos campos Cataláunicos. Mas como tudo tem um fim, em 476 uma sucessão de golpes colocaria um fim no Império Romano. Mas será mesmo que tudo acabaria assim?