A formação de um espartano começava no seu nascimento. Ao nascer, o bebê (considerado pertencente ao Estado) era analisado por um conselho de anciãos que decidiria se o nascido iria viver ou não. Nos primeiros anos de vida a criança seria educada para ser feliz, comer toda a comida, não ter medo de escuro e evitar ser birrento e chorão. Tudo isso porque aos 7 anos, o menino seria levado pelo Estado para o seu treinamento na arte da guerra. A educação espartana (agogê) tinha o objetivo de ensinar a disciplina ao obedecer ordens, lidar com o cansaço e vencer as batalhas. As crianças eram divididas em tropas e passariam a dormir em dormitórios, todos juntos, como se estivessem em uma campanha. Eles recebiam apenas um manto por ano, era muito comum andarem completamente nus adaptando o seu corpo ao clima e ao relevo. O Agogê terminaria aos 18 anos, após este período, o jovem ficaria na reserva do exército até seus 21 anos, quando poderia ser escolhido para o Sissytia (refeição comum) um grupo de 15 membros nos quais o indivíduo passaria grande parte do tempo compartilhando refeições e o dormitório, o que estreitaria mais ainda seus laços em batalha. Tá, mas e as mulheres? Diferente das demais cidades gregas, as mulheres de Esparta compartilhavam um treinamento bastante similar aos dos homens, com provas físicas e treinamentos como corrida, arremessos, luta, afinal, elas deveriam se sobressair fisicamente para poder gerar filhos fortes. O casamento era uma política de Estado, os homens poderiam ser multados se não o fizessem. Se casados, não poderiam mostrar ciúmes tampouco serem amorosos em excesso. Até o nascimento do primeiro filho, era comum o espartano encontrar-se com a esposa escondido, sem conhecê-la direito, pois o mesmo, deveria continuar vivendo na sua Sissytia. Havia o compartilhamento de esposas para que o filho nascesse de um bom esperma (eles que diziam isto) esse filho seria tratado como legítimo pelo marido. As mulheres tinham o costume de cobrar dos maridos o retorno com vitória ou morte de uma batalha, voltar derrotado sem um ferimento frontal considerável, poderia levar a vergonha ou exílio da família.
No início do período arcaico no séc. VIII a.C. as cidades gregas cresciam e suas populações em expansão procuravam novos lugares para se estabeleceram, formando diversas colônias pelo mar Mediterrâneo. Estas colônias iriam suprir as cidades mães (metrópoles) com diversas manufaturas e produtos agrícolas, elas eram independentes destas cidades mas mantinham negócios com elas. Nesta época Esparta - localizada numa região de difícil acesso, escolhe um caminho diferente das demais. Primeiro os espartanos procuram criar assentamentos dependentes ao redor de Esparta, no começo serão 30 assentamentos, com a missão de fornecer produtos manufaturados e outros serviços para Esparta. Esses habitantes seriam chamados de Periecos (aqueles que vivem ao redor), eles poderiam ser convocados para a guerra, mas não teriam o mesmo prestígio de um soldado de Esparta. Percorrendo o sul do rio Eurotas, os espartanos conquistam diversas tribos na região pantanosa do sul do Peloponeso, estas tribos tornariam-se propriedades de Esparta, tendo a obrigação principal de fornecer alimentos para a cidade. Os habitantes eram escravos do Estado, eles ficaram conhecidos como Hilotas, pois uma das principais tribos conquistadas se chamava Helos. A partir de 730 a.C. Esparta se vê na necessidade de aumentar sua dominação no Peloponeso, iniciando uma campanha militar contra a Messênia, uma cidade com grande potencial agrícola e posteriormente com Argos. Esses conflitos trarão a ideia para Esparta de que era necessário para a pólis, transformar-se numa sociedade militarizada. Deste modo, os por volta de 9 mil espartanos ganhariam a cidadania plena e teriam sua dedicação voltada exclusivamente para o exército. Os messênios acabariam sendo hilotizados.
Desta forma Esparta se torna a cidade mais poderosa da Grécia, mas apesar disto, sua política não era voltada para o expansionismo. Os espartanos procuravam manter sua hegemonia no Peloponeso e sua dominação em relação aos hilotas. Apesar disto, Esparta sempre esperava dos demais gregos, o reconhecimento de sua força e superioridade.