FENÍCIOS E PERSAS

 Os Fenícios

Os fenícios (nome dado pelos gregos) eram de origem Semita  e fixaram-se numa região entre uma cadeia de montanhas e a costa oriental do mar Mediterrâneo. As características geográficas da sua localização, não favoreciam uma agricultura de irrigação como percebemos no Egito ou na Mesopotâmia, mas os portos naturais da sua costa, favoreceram a introdução do comércio Marítimo, ponto forte desta civilização. Aliás, esta condição geográfica favorecia a formação de cidades-estado, já que uma incursão militar numa região montanhosa seria muito difícil. Deste modo os Fenícios criaram cidades independentes, com governos próprios, inclusive quando a civilização espalha-se e coloniza outras regiões do Mediterrâneo. Bíblos, Sídon e Tiro são cidades fenícios que se destacam, mas algumas colônias também vão se tornar cidades poderosas como Palermo, Gades e principalmente, a cidade de Cartago.


Como não havia uma agricultura extensiva voltada para o comércio e sim apenas para subsistência, os fenícios especializaram-se na comercialização de produtos artesanais como joias, tecidos tingidos, perfumes, vidrarias, e utensílios domésticos. Além de vinho, mel, papiro e madeira (como o cedro-do-Líbano). Em troca recebiam ouro, prata, ferro e cobre, por exemplo. As embarcações dos fenícios tinham características distintas, aliás, eles eram exímios navegadores. Enquanto as embarcações comerciais eram de casco largo e arredondado, as embarcações de guerra eram menores, compridas e estreitas. Ambas possuíam velas quadradas e tinham remos enfileirados, geralmente conduzidos por escravos.

O Comércio na região trouxe também um interessante intercâmbio cultural, permitindo aos fenícios transmitir seus conhecimentos a outros povos, mas também assimilar e aperfeiçoar técnicas utilizadas por outros. O tingimento de tecidos eles aprenderam dos povos mesopotâmicos, os artefatos de vidro dos egípcios, mas eles também influenciaram outros povos. Os gregos absorveram princípios matemáticos e astronômicos dos fenícios. Hebreus e Persas aprenderam novas técnicas de edificação e construção de navios.
Por volta do ano 1000 a.C. vai aparecer na fenícia um estilo de registro mais simples que os existentes no Egito e na Mesopotâmia. Nascia o alfabeto fenício. A intensidade comercial e a necessidade de registros mais simples e portanto mais práticos, favoreceu uma inovação fenícia, uma escrita fonética, ou seja, a criação de sinais que representavam os sons da fala. A escrita fenícia era composta de 22 sinais que representavam apenas as consoantes do seu idioma. Por sem mais simples, este alfabeto vai se espalhar por diversas regiões, até chegarem ao povo grego, que vai acrescentar aos vogais ao seu alfabeto.  
Esta escrita fenícia vai influenciar a maioria das escritas presentes na atualidade. A nossa (português) por exemplo, veio do latim dos romanos, estes se influenciaram nos gregos que haviam se inspirado no alfabeto fenício.

 

Os Persas

Os persas eram nômades até meados de 1200 a.C. quando começam a se fixar numa região montanhosa entre o Golfo pérsico e o mar Cáspio. Essa região ficou conhecida como Pérsia. Ao mesmo tempo, uma outra tribo nômade, os medos, também se estabelecem na região (numa porção mais ao norte chamada de Média). Esses Medos (habitantes da Média) vão fundar a cidade e Ecbátana e vão dominar os persas.
Em 559 a.C. o rei persa Ciro II (segundo a lenda era neto do rei Medo Astíages) derrota o povo Medo e conquista a capital Ecbátana e a vasta região do atual Irã dominada pelos medos. A partir daí Ciro II inicia um processo de expansão dos persas no Oriente Médio, invadindo e derrotando os Caldeus na Babilônia no ano de 539 a.C. e libertando os judeus em 537 a.C. No ano de sua morte em 530 a.C. Ciro II já havia tornado o Império Persa, como o maior já visto na região. O ápice do Império Persa viria com seu neto, Dario I que tenta invadir a Grécia no ano de 490 a.C. A partir dali nós vamos ver um longo período de conflito entre persas e gregos, que vai culminar na... (aahhhh sem spoiler hoje hahaha)
Para administrar este vasto império, os persas vão introduzir algumas inovações que servirão de inspiração para outros impérios e até mesmo nações existentes hoje. As Satrapias eram divisões do império governadas pelos Sátrapas, governadores locais escolhidos pelo imperador persa e constantemente vigiados por funcionários do império. Para ligar as mais diferentes Satrapias, os persas construíram uma vasta rede de estradas e criaram uma moeda única (o dárico). Também padronizaram o sistema de pesos e medidas. Ah, os persas construíram uma Estrada Real, com 2736 quilômetros ligando as cidades de Susa e Sardes - o rei persa não vivia fixamente numa capital.


 
Os persas exigiam tributos dos povos conquistados, mas mantinham a cultura local, diferente dos Assírios por exemplo. Por ter um vasto império e por tributar as mais diferentes regiões, os persas recebiam pagamentos diversos, desde ouro e prata do Egito até incensos da Arábia. 
Uma inovação persa que nós temos até hoje é o sistema de correios. Para manter uma comunicação eficiente num império tão vasto, os persas criaram postos ao longo das suas estradas com cavalos e cavaleiros descansados. Deste modo sempre que um cavaleiro chegava num posto avançado com uma mensagem, o outro partiria para seu próximo destino, podendo cavalgar rapidamente até outro posto avançado. Esse sistema tornava o correio persa veloz, eficiente e mais seguro.
Um dos elementos culturais persa presentes até a atualidade é sua religião - o Zoroastrismo. Um profeta chamado Zaratustra trouxe a ideia de uma divindade suprema que representava o bem e a verdade, chamada Ahura Mazda, este teria uma força oposta que representava a mentira, o mal e a falsidade, era o irmão gêmeo de Ahura, o Ahriman. Para os persas sempre havia uma luta suprema entre o bem e o mal e cada um poderia escolher o seu lado, indo para o reino escolhido após sua morte. De maneira geral, o Zoroastrismo influenciou as religiões monoteístas que se formaram na região, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

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