A década de 1860 que começava com um grande incidente diplomático com a Inglaterra, na chamada Questão Christie (um diplomata inglês arrogante queria que os ingleses não precisassem respeitar as leis do Brasil, no Brasil) quase deu em guerra e terminou com um pedido de desculpas da maior potência mundial para o Brasil. Logo depois nós temos a Guerra do Paraguai e aí a carnificina tomaria conta na América do Sul. O resultado da década de 1860 para o Império representou o seu auge, mas também, o início do seu fim.
O Fim da guerra do Paraguai e sua vitória avassaladora, colocava o Brasil de vez como maior potência da América do Sul. Claro que as consequências deste conflito não paravam por aí, uma vez que a dívida externa havia aumentado e o exército ressurgiria como protagonista político, e isso incomodava o Império. Desde os atos adicionais de 1834, o Império tentava freava a força política do exército (que foi um dos responsáveis pela saída de d.Pedro I) criando a Guarda Nacional e fortalecendo as elites agrárias, mas com a Guerra do Paraguai, o exército virou um símbolo poderoso da nação e servi-lo deixaria de ser um castigo. O Exército voltou diferente após a Guerra do Paraguai, enquanto os generais absorviam ideias republicanas das nações vizinhas e também as teorias positivistas (veremos mais a frente), os praças (a maioria ex-escravos) não gostavam da ideia de ter companheiros escravizados nos campos pelo Brasil.
A década de 1880 - Os movimentos Abolicionista e republicano
As questões abolicionistas e republicanas ganham mais espaço ainda nesta década. O Brasil era um Império, dominado por uma elite rural em queda. O Império era escravista, numa sociedade em que a grande maioria não queria mais a escravidão. É bem óbvio que o Império começaria a enfrentar uma grande resistência.
As ideias republicanas que já reverberavam nos quartéis, ganham força numa outra elite em ascensão, a dos cafeicultores paulistas. No oeste paulista as novas lavouras do Café ganhavam espaço e seus produtores enriqueciam, tornando o estado de São Paulo mais rico e populoso do que o Rio de Janeiro. Esse crescimento econômico não era refletido no crescimento político. Os Conservadores continuavam no poder e grande parte ainda pertencia a elite do Vale do Paraíba, ou seja, eram os antigos produtores de café. Buscando uma maior participação política, os paulistas vão fundar em 1873 o Partido Republicano na cidade de Itu. Esse movimento republicano NÃO era abolicionista, grande parte destes cafeicultores ainda utilizavam mão de obra escrava. Mas em São Paulo também há um forte movimento abolicionista, cuja lideranças são Antônio Bento de Souza e Castro e Luís Gama.
O Império cede a pressão dos abolicionistas e em setembro de 1885 cria a Lei dos Sexagenários, uma lei que libertava os cativos que tinham mais de 60 anos. Os abolicionistas ficaram enfurecidos com esta lei, vista como uma forma de postergar a abolição no país, haja visto que pouquíssimos escravos chegavam a esta idade, e se chegassem, dificilmente encontrariam um emprego com esta idade, morrendo na míngua ou se tornando um pedinte. Apesar disso, nós percebemos um caminho inevitável rumo a abolição, cerca de 75% dos negros já eram livres neste tempo, e os movimentos abolicionistas incentivavam a fuga dos cativos, as revoltas nas lavouras e representavam a sua ideia através de símbolos utilizados no dia a dia, como o uso da Camélia nas varandas do Rio de Janeiro, identificando o ideal abolicionista do morador. Lideranças políticas e intelectuais terão uma luta ativa em diversos meios, como o artístico e através dos jornais, nomes famosos como André Rebolças, Paula Nei, Olavo Bilac, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Castro Alves, entre outros...
Enquanto o Brasil fervilhava, o Imperador viaja novamente, desta vez vai para a Itália, onde pretendia tratar a sua diabetes (bem avançada). Um rei moribundo representaria um Império em decadência. Sim, esse Império está com seus dias contados...