OS HEBREUS NA ANTIGUIDADE


   
Povo semita originário da Mesopotâmia, os hebreus chegaram na região da palestina lá pelo segundo milênio antes de Cristo, em busca de novas pastagens para a criação de seus rebanhos, na maioria das vezes de ovelhas. Isso só era possível porque naquela região estava o rio Jordão, fonte de água necessária para sua agricultura de subsistência que utilizava as técnicas de irrigação presentes na Mesopotâmia e no Egito daquele tempo. Nós sabemos grande parte da História dos Hebreus a partir da Torá, correspondente ao pentateuco um dos cinco principais livros do antigo testamento.

 

A Palestina é um nome dado aos romanos a região habitada pelos hebreus e outros povos, como os filisteus. Para minimizar o lugar como dos hebreus, os romanos nomearam a região com região dos filisteus (tipo filistina) e esse nome chegou até nós como Palestina (terra dos filisteus). Esta é uma região basicamente aos arredores do rio Jordão.

Um começo seminômade...

 O povo hebreu vivia em clãs (famílias numerosas), onde migravam em busca de novas pastagens ou áreas agricultáveis. Nesse regime de clã nós temos o sistema patriarcal, onde o patriarca é um líder político e moral cujas atribuições poderiam se estender ao sacerdócio e ao comando militar e também a eventuais julgamentos. Abraão, Isaac e Jacob (para alguns Israel) pai, filho e neto, foram os patriarcas mais importantes, pois além de desenvolver a ideia de Monoteísmo, eles ajudaram o povo hebreu na sua migração da Mesopotâmia até a região da Palestina. Com Abraão os hebreus fazem a sua primeira aliança com Iavé - Javé ou Jeová (para nós, Deus) e partem para Canaã (Terra Prometida) que é a Palestina. 
A sociedade patriarcal valorizava (assim como os povos da Mesopotâmia) a necessidade da mulher ter muitos filhos, isso influenciava inclusive no status da mesma. Assim como nos demais povos da antiguidade, havia uma alta taxa de mortalidade infantil, e isso só seria recompensado com uma alta taxa de natalidade. A partir dos 10 anos o menino passava a ser treinado pelo pai para assumir um papel de destaque. As meninas eram cercadas de cuidados voltados ao casamento. Depois de casar, as mulheres seria propriedades dos maridos. Desta forma, percebemos neste tempo, a presença do concubinato (uma união de um casal sem o casamento). Porém, esposas e filhos de casamentos legitimados tinham maiores direitos a herança, por exemplo.
Os hebreus também praticavam a escravidão, tanto de próprios hebreus quanto de estrangeiros. Porém, ambos tinham o direitos para casar e possuir bens. 
 

O Êxodo 

Por volta de 1750 a.C. o Egito é dominado pelos Hicsos, um povo próximo aos hebreus. Associado a esse domínio hicso do Egito, há uma grande seca no rio Jordão, então tudo favorecia a travessia dos hebreus para uma nova região, o Egito. Lá no Egito os hebreus estavam protegidos pelos hicsos, podendo se estabelecer e realizar diversos serviços. Com a retomada do Egito pelos próprios egípcios, há uma perseguição aos hebreus e até mesmo a escravidão destes. 
Liderados pelo patriarca Moisés, os hebreus iniciaram o seu retorno à Palestina, episódio conhecido como o êxodo. Foi neste episódio que Moisés recebe no Monte Sinai, as tábuas da lei - duas placas de pedra onde foi escrito o decálogo (dez mandamentos). A partir daí começaria o monoteísmo de fato para todo o povo hebreu, pois os dez mandamentos tornariam-se a base das regras civis, morais e religiosa dos hebreus. 

As Doze Tribos de Israel 

 Os hebreus retornam à Palestina (Moisés morre pelo caminho e Josué assume a liderança) mas ao chegarem na região, ela já é habitada por diversos povos, iniciando assim um grande período de guerras de conquista. Nesta tentativa de retomada da região, os hebreus dividem-se em doze tribos, estas lideradas por um Juíz - uma espécie de chefe político e militar. O que unia estas tribos era a crença monoteísta e a língua. Nós vamos ter famosos juízes neste período e grandes batalhas, podemos citar Sansão, Gedeão, Samuel e uma mulher (algo único na história hebraica) a Débora. A intensidade de conflitos no período com povos da região, como os Cananeus, filisteus e arameus pressionavam os hebreus a tomarem outro caminho, era necessária a união.

É hora dos reis

Por volta do ano 1046 a.C. Saúl, um juíz, começa um processo de unificação das tribos hebraicas, se tornando o primeiro dos três reis do período. O seu comandante militar mais vitorioso, Davi, irá se tornar o herdeiro e rei de Israel. Com Davi o reino de Israel irá derrotar todos os povos da região, estabelecendo efetivamente o domínio dos Hebreus na Palestina. Claro, alguns elementos como o reino de Saúl e Davi e Golias são bíblicos, por isso não me aprofundei no tema, até para não misturarmos as coisas por aqui hehehe
O que percebemos é que com o herdeiro de Davi, Salomão, o Reino de Israel conhece suas maiores construções, palácios e templos, como o de Jerusalém (capital do reino). Salomão governa entre 970-931 a.C. e estabelece uma reforma administrativa intensa para poder sustentar as obras do reino, estabelecendo impostos repressivos que eram cobrados com ajuda dos funcionários de reino, o que garantiu um enorme descontentamento popular e diversas revoltas durante o seu reinado.
A morte de Salomão levaria a uma discussão sobre os altos impostos e isso acarretaria numa divisão em dois reinos, onde dez tribos separam-se e ficam no Reino de Israel (ao norte). As duas tribos criam no Sul o Reino de Judá, onde Jerusalém continuaria sendo a capital. Os habitantes de Israel são chamados de israelitas ou samaritanos, enquanto dos habitantes do reino de Judá ficam conhecidos como judeus.



O Cativeiro, a Diáspora, o início da penúria dos hebreus pelo mundo...

Talvez mais frágeis pela desunião, o Reino de Israel acaba sendo dominado pelos Assírios (aquele povo que dominou toda a Mesopotâmia, já falamos deles) no ano de 721 a.C. e conforme já sabemos, os assírios tinham uma política de assimilação cultural, os israelitas desaparecem culturalmente dentro do império assírio, perdendo sua identidade hebraica. Em 586 a.C. é a vez do Reino de Judá ser derrotado e dominado. Agora sobre o poder de Nabucodonosor, a Babilônia dos Caldeus derrota o reino de Judá, destrói o Templo de Jerusalém e leva os hebreus para a Babilônia, num episódio que ficou conhecido como o Cativeiro da Babilônia. 
Em 539 a.C. os persas liderados por Ciro derrotam os caldeus e permitem o retorno dos hebreus para Jerusalém, onde o templo acaba sendo reconstruído no ano de 516 a.C.
O domínio dos hebreus pelos persas permanece até 332 a.C. quando Alexandre o Grande domina a região. Porém sob o domínio macedônio a região permanece com certa liberdade como ocorria no tempo dos persas. Em 63 a.C. a região é dominada pelos romanos e começa a partir daí uma série de conflitos e revoltas entre ambos. No ano 70 d.C. o imperador Tito ordena a destruição de Jerusalém e com o Imperador Adriano, o povo judeu é expulso da região, obrigando a sua dispersão pelo mundo romano, num episódio que ficou conhecido como a diáspora.
Quando os hebreus (judeus) vão retornar para a região?? Essa resposta você vai saber só depois da Segunda Guerra Mundial hehehe

Assista a aula:



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