O EGITO DO NOVO IMPÉRIO - NO TEMPO DE RAMSÉS II

Adeus Hicsos!! Depois de quase duzentos anos dominando principalmente o Baixo Egito, Ahmosis I, um faraó da 18ª dinastia, localizada em Tebas, inicia o processo de reconquista do Egito, voltando a unificá-lo por volta de 1550 a.C. Nascia o Novo Império, um período que se estenderá de 1550 até 1160 (1080)a.C.

Este Novo Império já começa com um incremento na religião. Nascia o Livro dos Mortos, um manual de perguntas e respostas que o morto deveria saber quando fosse encontrar o Deus Osíris. Sim, para os egípcios, após a sua morte, Anúbis (o deus com cara de Chacal) protegeria o morto e o levaria até Osíris, onde após uma série de perguntas, pesaria o coração do falecido e uma pena, no qual se o coração estivesse mais leve do que esta, ela mereceria uma vida plena nos campos de juncos pela eternidade.


 Ahmosis I da décima oitava dinastia, expulsa os hicsos do Egito desenvolve o poder naval e dos carros de combate (bigas) e acaba tomando outras regiões como a Pensínsula do Sinai. O Egito se vê pressionado a invadir para não ser invadido novamente. Lembro vocês que os egípcios não queriam ser conquistadores, tampouco colonizadores. Viver e morrer fora do Egito era visto como um grande castigo, já que viver e ser enterrado no Egito era um grande privilégio na busca pela imortalidade. A solução era criar estados aliados nas regiões dominadas. 

A partir do Novo Império podemos perceber uma expansão das atividades internacionais do Egito, tanto na questão diplomática quanto na comercial. Havia exportação de Linho, papiro, peixe e milho, mas importava-se azeite, madeira e vinho. O entreposto comercial favorito dos egípcios era Biblos (cidade Fenícia). Uma das formas de pagamento das importações egípcias era através dos metais preciosos, aliás o Egito era a maior potência mineradora da época e foi essa abundância que permitiu a transformação do Egito em principal potência mundial durante o Novo Império.

De forma geral, os faraós do Novo Império procuravam sempre criar expedições militares seja para o Oriente Médio ou para a Núbia. A exceção na décima oitava dinastia foi com Hatshepsut, que por ser mulher vai acabar optando pelo caminho diplomático. Essa saída egípcia para o exterior mudava sua religião. A mumificação como processo de preservação do corpo continuava, os túmulos agora eram construídos em Deir-El-Bahari um monte rochoso situado na região de Tebas. Posteriormente os túmulos construídos na região darão o nome da mesma de Vale dos Reis. 

Amon continuava a ser o deus preferido dos faraós, ainda mais agora que o Egito fazia diversas excursões militares para fora exterior, principalmente sob os reinados de Tutmósis III e Amenófis II. Política e religião andavam juntas no Novo Império. Porém com Amenófis IV nós temos um rompimento radical no panteão dos deuses egípcios. O novo faraó vai adotar o monoteísmo, ou seja, um único deus chamado Aton (disco solar). Ele vai construir uma nova cidade, Amarna, e se autoproclamar filho de Aton, mudando seu nome para Akhenaton. Os Sacerdotes de Amon em Tebas se enfurecem e Akhenaton é morto, ficando no poder por quase 20 anos. Essa tentativa de rompimento com a tradição egípcia talvez fosse possível durante o Antigo Império, mas agora o poder do faraó não se mostrava tão grandioso assim. Mas durante o período de Akhenaton nós percebemos um efeito imediato na arte baseada no cotidiano, onde tem destaque Nefertiti, a esposa preferida de Akhenaton. A mesma é morta ao planejar seu casamento com um príncipe Hitita. O monoteísmo de Aton tem um fim através do filho de Akhenaton, Tutancâmon, que foi obrigado a destinar fortunas para os templos de Tebas, numa ação para reconquistar o apoio destes sacerdotes. Só por curiosidade, Tutancâmon morreu com apenas 18 anos e seu sarcófago foi encontrado praticamente intacto na década de 1920.


 

Ramsés II - O Novo Império: Do auge à decadência...

Tutancâmon morre jovem e não deixa herdeiros, assumindo em seu lugar Horembeb, que junto a outros sacerdotes garantia a chegada da décima nona dinastia, representada por Ramsés, um general situado no Delta do Nilo. O neto de Ramsés I, Ramsés II, seria o maior governante do Novo Império, sendo faraó por 67 anos e pai de 150 filhos.
Muita, mas muitaaa propaganda rondou o reinado de Ramsés II, o que não nos dá uma dimensão precisa sobre a grandeza do seu governo. Por exemplo, a Batalha de Kadesh contra os Hititas é mostrada como uma grande vitória militar de Ramsés II, quando na verdade ele escapou de uma derrota que arrasaria o Império. Se observarmos a versão Hitita, percebemos que os egípcios foram derrotados e com muito ouro envolvido, há um pacto de não agressão mútuo.


Independente da propaganda, percebemos até hoje que as obras do Império de Ramsés II mostra no mínimo que ele era a personificação do Egito no seu tempo. Além de colocar seu rosto nas obras dos faraós anteriores, ele faz diversas estátuas (atualmente a maioria está em ruínas). Ramsés II fez a sala de Hipostila em Karnak com 134 colunas gigantes e esculpiu a sua imagem (na verdade foram 4) de si mesmo na rocha do templo em Abu Simbel. As suas maiores obras encontram-se no Ramasseum, ou seja, no seu templo em Tebas. Mas a quantidade de templos e estátuas e monumentos não foi refletido na qualidade destas, sendo que muitas se perderam com o tempo. 





Em 1213 a.C. com mais de 90 anos, Ramsés II morre. Logo haveria uma vigésima dinastia e Ramsés III seria o último faraó a governar um Egito totalmente independente. Durante o seu governo, Ramsés III enfrentaria uma época de grandes conflitos populacionais no mundo, que haviam acabado com os hititas e com o povo micênico, por exemplo. A inferioridade das armas de metais egípcias já eram evidentes, aliás, o egípcios já estavam estagnados tecnologicamente há séculos, fruto da sua política de isolamento. Uma provável conspiração no seu harém colocaria um ponto final no governo de Ramsés III por volta de 1060 a.C. A partir daí o Egito passaria por diversas invasões e fragmentações do seu reino, seria o fim de um longo período de hegemonia cultural e política na região.

Assista a aula:


 


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