Com o início do Antigo Império, que para alguns começa em 3100 a.C. e para outros apenas em 2680 a.C. com a 3ª Dinastia, nós temos um crescimento da produção alimentícia e uma unificação dos deuses do Baixo e Alto Egito. A crença numa vida após a morte ganha força e túmulos decorados com imagens do cotidiano começam a aparecer. Logo nós percebemos túmulos régios (mastabas) contendo mantimentos e bens do rei. Aliás, percebe-se que durante a Primeira Dinastia, os súditos também foram enterrados juntos, provavelmente por vontade própria, ou seja, por envenenamento coletivo. Os túmulos eram organizados de forma circular ao redor do faraó ou líder local.
No reino de Djoser durante a Terceira Dinastia (entre 2700-2600 a.C.) nós temos o surgimento do arquiteto (médico, vizir, entre outros...) Imhotep. Ele trouxera inovações importantes como o pilar de pedra e o arquitrave. Ao construir a Mastaba de Djoser, Imhotep empilharia uma Mastaba sobre a outra criando a Pirâmide de Degraus - a primeira do Egito.
Entre os anos de 2613-2494 a.C. nós temos o ápice do poder faraônico. Nesta época o faraó é o único intermediário entre os deuses e os humanos, não sendo um deus específico, mas como representante de todos os deuses, o faraó poderia se transformar ou representar qualquer um deles. Snefru, o fundador da Quarta Dinastia passou a fazer grandes obras. Ele mandou construir três pirâmides, e foi durante o sei reinado que surgiu um novo conceito de pirâmide, a lisa.
Quéops, filho de Snefru, construiu a Grande Pirâmide. Com 230m² é até hoje a maior construção em pedra da humanidade. A grande pirâmide tinha blocos internos revestidos de calcário, e na parte externa continha milhares de grafitos hieroglíficos. O mais impressionante foi a precisão presente em toda a construção. Não foi com o uso de escravos (até poderiam ter alguns) que essas pirâmides eram construídas. Acredita-se que grandes grupos de trabalho eram criados durante o período de inundação do Nilo, representando um grande evento nacional. Quéfren, filho de Quéops, construiria uma pirâmide quase da mesma grandeza, e o acabamento externo seria com base de calcário (alguns blocos apresentam tal base até hoje). Além da sua pirâmide, Quéfren aproveitou-se de um monólito (monte rochoso) e esculpiu um corpo de leão com sua cabeça, surgia a famosa esfinge. Miquerinos, filho de Quéfren, continuou com o projeto de construção da sua pirâmide, porém a sua era menor, com uma base de 108m² não pode ser terminada durante o seu reinado (Miquerinos morreu jovem). Ela teria como diferencial a sua cobertura, baseada num granito vermelho, encontrado há 800 km de distância. Esse granito nunca foi colocado...
Estas pirâmides de Gizé não contém adornos, o volume e suas linhas foram feitas com o propósito de impressionar. Inúmeras estátuas e outros templos foram construídos no que hoje chamamos de Complexo de Gizé.
Durante a Quinta Dinastia o poder real centralizado na família, passa para um sistema burocratizado. Agora, a família real e o serviço civil eram separados. Pessoas fora da nobreza poderiam ascender a novos cargos administrativos e militares, tendo participação ativa nas decisões do reino. Durante a Sexta Dinastia o papel do Vizir (segundo no poder) seria uma escolha feita entre os Nomarcas mais poderosos. Mal sabiam os faraós que este movimento de mudança no poder enfraqueceria o seu papel no Império do Egito. A partir daí nós podemos observar a construção de túmulos grandiosos e até mesmo pirâmides construídas pelos Nomarcas, tendo até mesmo rituais e uma personificação divina própria. O poder dos faraós começaria a ser dividido com o dos Nomarcas.
A figura do faraó e seu imenso poder acabariam diminuindo com o passar dos anos. O Faraó Pepi II seria o último faraó a governar todo o Egito durante o Antigo Império. Após a sua morte, em 2181 a.C. o poder faraônico que unia o Egito não existiria, e por cerca de 100 anos a descentralização do poder e uma crise social profunda marcaria o Egito. Estamos falando do 1º Período Intermediário do Egito Antigo.