ROMA ANTIGA: A EXPANSÃO ROMANA DURANTE A REPÚBLICA

 


No túmulo de Cipião Barbato consta a narrativa história mais antiga de Roma. Cipião Barbato foi cônsul no ano de 298 a.C. e morreu em 270 a.C. Ele participou de algumas conquistas romanas na península Itálica e foi o primeiro membro conhecido da poderosa família Cipião, com célebres membros da história romana, como Cipião o Africano, Cipião Emiliano, entre outros. Mas o que podemos perceber, é que a expansão de Roma começa no século III a.C. quando Roma domina a Península Itálica e começa uma grande disputa com Cartago pelo controle do Mediterrâneo.
Os romanos nem sempre foram os invasores, eles também sofreram inúmeras invasões, a mais preocupante foi a dos gauleses no início da República, forçando os romanos a construírem uma grande muralha de proteção da cidade. Aliás, uma coisa temos que deixar bem clara, a violência militar era o mundo romano daquela época, TODOS os povos apelavam para a violência na resolução dos seus problemas diplomáticos com outros povos.
O começo do exército romano é inspirado nas falanges gregas, tanto na formação de batalha quanto na confecção das armaduras, podemos perceber que no início de Roma, a grande inspiração militar foi o modelo grego, aliás, os povos próximos a Roma, como etruscos e demais italiotas também apoiavam-se neste modelo. O que percebemos no início da História de Roma é uma similaridade entre as cidades da península itálica na relação de poder e desenvolvimento de suas cidades.
A primeira conquista romana ocorre ainda no século IV a.C. quando os romanos conquistam a cidade de Veei, e ao contrário da destruição e barbárie romana em relação a cidade conquistada relatada nas lendas romanas, a arqueologia demonstrou a continuidade praticamente plena da cidade e do comércio neste tempo, o que coincide com a política romana adotada ao conquistar as cidades vizinhas. Os romanos concediam cidadania romana e exigiam apenas a disponibilidade de homens para suas legiões, política diferente da adotada em regiões mais distantes. Em 331 a.C. os exércitos romanos já rivalizavam em tamanho com relação as falanges macedônicas de Alexandre, levando diversos romanos a compararem Roma com Alexandre naquele tempo, dizendo que se Alexandre o Grande enfrentasse Roma ao invés dos Persas, teria perdido. Mas a verdade é que romanos e gregos vão ter um enfrentamento decisivo durante as Guerras Pírricas (280 a.C. 275 a.C.) quando o rei Pirro de Épiro e da Macedônia enfrenta os romanos. Ao vencer um exército herdeiro do poderio militar de Alexandre o Grande, Roma se consolida como dominante da Península itálica e como uma grande potência do Mar Mediterrâneo.


Em 264 a.C. a cidade de Siracusa na ilha da Sicília tem uma disputa política que envolve aliados de Cartago e Roma, teria início uma primeira guerra entre ambos, disputada pelo controle do Mar Mediterrâneo e das ilhas próximas. Este é o primeiro conflito de larga escala que Roma enfrenta, e após emular os barcos cartagineses, os romanos conseguem uma vitória definitiva em 241 a.C. Não existe muitos detalhes sobre as batalhas deste período, portanto Roma é a vitoriosa e impõe alguns tributos a Cartago, além de impor sua hegemonia a ilha da Sicília, por exemplo. Os cartagineses descontentes tentam uma revanche entre os anos de 218 a.C. e 202 a.C. Liderados pelo general Aníbal Barca, um grande exército cartaginês invade Roma pelos Alpes, trazendo diversos elefantes consigo, Aníbal leva a guerra para dentro do território romano, destruindo a economia e a moral dos romanos. A grande vitória de Aníbal contra Varrão em Canas (216 a.C.) lhe deu a oportunidade de invadir Roma e conseguir a vitória definitiva sobre os romanos, mas ao vacilar, Aníbal permite a reconstrução das legiões romanas, que sob o comando de Fábio Máximo começou a evitar conflitos diretos com Aníbal, desgastando seu exército e prolongando o conflito. Deste modo o senado romano passa o comando das legiões a Cipião o Africano, ele muda a estratégia e decide invadir Cartago, forçando o retorno das forças de Aníbal para a África. O plano da certo e Aníbal é derrotado na Batalha de Zama em 202 a.C. A segunda Guerra Púnica chegava ao fim, Cartago perdia grande parte do seu império e teria que pagar altos tributos a Roma. Em 149 a.C. Cartago seria definitivamente invadida e destruída pelos romanos num cerco que duraria três anos. O líder da invasão eram Cipião Emiliano Africano, outro membro da célebre família dos Scipios. Cartago sumiria da história, ao queimar sua biblioteca, só sabemos de Cartago pelo olhar dos próprios romanos.


Os romanos venceriam Cartago assim como toda a Grécia em 146 a.C. quando as legiões romanas derrotaram as falanges macedônicas do rei Perseu da Macedônia. Toneladas de metais preciosos vindos da Macedônia chegavam a Roma, assim como milhares de escravos de Cartago chegavam a cidade. A república Romana chegava ao seu auge, pois nós temos dinheiro, escravos e terras para os romanos em quantidades jamais vistas. Grandes obras são feitas em Roma, os patrícios ficam cada vez mais ricos, mas a chamada virtude romana começa a se perder neste tempo. A República e seu poder descentralizado não conseguiria manter estável tantos interesses da elite e demandas do povo, era a hora dos grandes conflitos internos...

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